A foto é só pose
Bom dia!
A foto é só pose.
Não estava meditando nadica de nada.
Estava estressada com meus filhos pulando de tudo quanto é lugar pra dentro d’água.
Eu sou a mãe, a função é ficar nervosa.
Meu negócio é pé no chão, árvore, passarinhos…fotografar flores.
Em água escura não vou, sinto que uma criatura de filme me espera lá em baixo.
Sou do cristalino e de saber onde piso.
Em peixinho que não vejo, não confio… enfim.
Mas, só de admirar a paisagem já vale.
O verde emociona, o barulho da cachoeira…
O ar puro.
O tempo que passa devagar junto a natureza.
Apesar do nervoso, o cortisol regula rápido.
Pra depois desregular outra vez quando todo mundo entra no carro e começa um novo ciclo de reclamações: Fulano está molhado, minha toalha era essa, beberam minha água, mãe tô com fome…
Adoro viajar.
Mas queria mesmo viajar sem ter que sair da minha casa, porque também amo ficar em casa.
E já cheguei!
Para arrumar a bagunça que a gente traz, tênis sujos, roupa, comida pela metade…
Perseguindo uma casa arrumada que deixei desarrumada antes de sair.
E a vida é essa incompletude das coisas.
Nada fica pronto nunca.
Nem nós. Nem a arrumação da casa.
Meus filhos se divertiram e brigaram o caminho todo.
Desisti da paz mundial.
O sentimento permeava de cotovelada e voadora imaginária.
Daqui a pouco estavam rindo.
Mãe sabe que o choro começa na brincadeira de rir.
E já avisa: Isso não vai dar certo.
Eu ouvi tanto esse aviso do meu pai.
Eles são irmãos.
Estão obrigados ao amor, que bom.
Na ida apareceu um anúncio de gripe que sumiu depois de tomarem sol.
Todos deviam confiar mais suas crianças ao sol da manhã.
Ele é milagroso.
Flávia Wenceslau
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