Eu não sou artista de entretenimento
Minha ambição é pouca, é minha lida.
Hoje cedo fiz uma canção com essa frase.
Em um mundo que ensina ambicionar, não aprendi.
E não significa uma vida medíocre como tantos gostam de nomenclaturar.
Houve uma época na infância que meu quarto era a dispensa da casa, eu dormia junto das vassouras e coisas sem valia que ficavam à espera de alguém que as jogassem fora.
Dessa época ficou um medo pavoroso de rato.
Sei que aquilo não era simplicidade e sim dificuldade e pobreza material.
É importante distinguir as coisas pra não levar uma vida de comodismo e se justificar na infância.
E muito mais importante ainda é não deixar que a vida adulta sacrifique aquilo que é essencial, pela ambição de achar que ficar rico é vencer a pobreza.
Jamais será!
Eu me considero afortunada de ter em minha mesa comida simples, um teto que abriga a família, árvores que sujam todo o quintal…
Seria bom uma vista pro mar? Claro.
Mas não me move.
Um carro mais bonito? Também não.
Os filhos estudarem na escola bilíngue? Seria ótimo, mas não é isso que garante o futuro de ninguém.
E aqueles que podem, devem aproveitar que podem!
O dinheiro honesto é uma benção.
Mas há uma diferença grande entre você ter segurança financeira e ter paz com a sua condição.
Nenhuma quantia preenche o ambicioso.
O cofre das ambições se origina em carências, no desejo de provar ao outro a validação pelo dinheiro quando a pessoa não conseguiu ainda, se validar dos abandonos sofridos.
E se o indivíduo na vida adulta não olhar para si, sobrecarregará a saúde, seu tempo, e, poderá sim ficar riquíssimo.
Mas não terá conseguido o sentimento de vitória.
Quanto mais cedo a dor nos ensina, mais proveito de uma vida feliz a gente tem.
Porque felicidade é ter os pés no chão.
E isso não é a pobreza nem a riqueza quem ensina.
É a paz.
Uma pessoa ocupada demais em apenas ficar rica dificilmente está em paz.
Eu não sou artista de entretenimento.
O meu ramo é buscar consciência, reflexão e noção da realidade.
Não faço negócios com meus princípios.
Minha riqueza é outra e eu já a tenho graças a Deus.
Flávia Wenceslau 🌷
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Amo a lucidez dos seus escritos. Obrigada.
Parabéns pela palavra de lucidez, de consciência da necessidade real, obrigado pelo texto.