Hoje é meu dia!

42 Anos.
Um tempo que chega melhor.
Tenho pouca exigência para me sentir alegre.
Aprendi a colocar-me em primeiro lugar quando preciso, sem me justificar.
Compreendi a importância do que é recíproco.
Abracei minhas transformações.
Me entreguei pela estrada a coisas que não valeram à pena.
Me encontrei de volta, me olhei, refiz escombros, reconstruí em bases mais sólidas minha estima, e a lida com tudo.
Pelo caminho, vi de perto dores profundas.
Que me ensinaram a ver de muito mais perto, o amor.
De modo que , a vida ainda me encanta.
Nas pequenas coisas.
Nos sinais.
Na leveza de prosseguir sem tantas amarras, medos e inseguranças.
Nessa idade, as expectativas, sejam quais forem, se minimizam por alguma experiência já adquirida das decepções.
Caí tanto do cavalo, que agora tenho os pés no chão, o cavalo foi pastar longe.
Quero nem notícia.
O observar interior contempla inclusive a fragilidade, que me é tão feminina.
E o melhor está por vir, simplesmente porque é uma idade onde a gente já sabe aproveitar mais o presente.
Fazer escolhas necessárias da razão, e ainda assim ouvir o coração.
O próprio coração já aconselha o momento de ser, ou não, racional.
Ah, tanta coisa posso dizer…
Sei que estou aqui, eterna aprendiz.
Tantos encontros que são lares pra mim.
E tenho na vida em quem confiar.
Quanto desamor fui capaz de chorar.
E hoje, meu sorriso também é mais capaz de ser feliz.
Estou onde preciso para melhorar a cada dia!
Um olho no padre e outro na missa, claro.
Amei e amo.
Vivo e vou vivendo.
Sinto gratidão por tudo que passou, e ainda quero coisas tão bonitas, quanto sagradas.
Pois o amanhã cuidará de si mesmo.
“O senhor é meu Pastor e nada me faltará.”

Flávia Wenceslau

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