Janeiro
A beira do mar é um lugar acolhedor.
Assim como o corpo pede água, pausa, comida.
O sentimento pede o mar.
No mar vejo a distância do horizonte e, de qualquer lugar que se olhe, o horizonte é sempre firme, linear, tem a mesma altura a igualar qualquer outra.
Tantas distâncias no mesmo mar.
Assim somos nós, distantes dos outros, porém parte de um mesmo organismo.
Hoje, eu já não digo que “sou assim e pronto, gosta de mim quem quer gostar.”
Aprendo com o mar que, se eu puder fazer alguma coisa para que o outro se sinta confortável comigo, eu farei.
Se uma palavra pode desfazer um engano, eu falarei.
Se você só quiser um abraço, te abraçarei.
Se depende de mim, pedir desculpa para alguém se sentir melhor, pedirei.
Essa coragem é a coragem que me importa.
O sentido real de tudo é mudar pra melhor.
Cristalizar a minha personalidade e esperar que os outros me aceitem com os meus espinhos é um ponto de vista fraco, doente e fragilizado.
Não me engrandece em nada.
Então, como o mar, quero ser um dia assim, serena, saber plenamente o limite e pra onde a correnteza é mansa.
Para quem chegar, não ter medo, encontrar algo de bom que faça ficar.
No mar me sinto acompanhada, livre para melhorar em meu coração, no vai e vem das ondas, o horizonte é sempre tempo bom!
Flávia Wenceslau
Realmente, sentimento pelo o horizonte do oceano!!!