Olhando das nuvens
Às vezes aproveito o tempo de um voo para escrever.
Gosto da janela, feito criança.
Observo o avião decolar acima das ruas e dos sofisticados prédios aos estádios que decoram avenidas com a imponência a qual não me impressiona, nenhum.
Que decoração de beleza estranha, penso eu.
Para mim, nada há de mais bonito que o brilho do sol no verde, enquanto verde.
Tudo fica tão pequeno.
Os problemas do mundo, as perturbações dos que ainda não conhecem paz, o poder dos que pensam ter algum poder.
Olhando das nuvens, desaparecem os carrões, trens lotados, shoppings imensos vão se diluindo na distância que o olhar alcança.
O lixão, no aterro, prova da nossa verdadeira condição humana, também desaparece.
E, acima do avião, o infinito.
O horizonte firme desde sempre.
É serena a lua, tão pequeno astro, de longe.
Grandioso mistério da natureza, onde jamais astrônomo algum nem pisou e nem pisará.
E, aqui comigo, no coração, tudo veio.
O que tenho pra resolver, as canções, os filhos ,a família ,meus amigos todos, as alegrias e outros sonhos.
O que se sente não se separa de nós.
Somos feitos da limitada capacidade ainda, de olharmos e aprendermos o que a vida dispõe para que compreendamos a ela.
Só mesmo olhando acima das coisas é que as dimensionamos melhor.
Olhar acima não significa nossa superioridade.
Significa que estamos olhando pela luz do que é soberano.
A presença de Deus sobre tudo! Sempre.
Flávia Wenceslau
Coisa mais linda essa dupla de amor.
Excelente