Silêncios
Ando a me preencher de silêncios.
E quando canto, vejo de perto a vida.
De mais perto ainda , o coração do povo.
Há tanta dor pela estrada que uma jornada percorre.
Até que se encontre a alegria de apenas ser.
Não querer demais.
Nem se comparar de menos.
Ser único na imensidão que o sentimento carrega.
Ser só, nas perguntas que o tempo nos faz.
Ser muitos no que se deixa para trás.
E seguir, na possibilidade real do que o destino dispõe a cada um.
Já amarguei escolhas erradas.
E curei nas feridas abertas ao sol o que me coube das consequências.
As minhas cicatrizes se afinam na pele.
Não desaparecem. Tudo é memória da nossa própria realidade.
E é este pássaro livre, que me guia a voz ao horizonte.
É dia, nos meus sonhos.
Sinto que chegastes manso.
Em minha porta entre aberta.
Uma pausa, e no instante de um olhar abrigo, a gente repousa uma vida inteira.
Flávia Wenceslau
AGENDA
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Eu me considero uma pessoa barulhenta, mas não abro mão de meus momentos silenciosos, de voltar pra dentro, refletir, escrever... isso tudo me ajuda na auto organização e elaboração de certos temas.